terça-feira, 3 de janeiro de 2012

DIREITA OU ESQUERDA? E DEUS?



"Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, Eu de Apolo; ou Eu sou de Cefas; ou, Eu de Cristo. Será que Cristo está dividido? foi Paulo crucificado por amor de vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo?"
(1 Coríntios 1:12-13)

Durante os anos venho percebendo o quanto somos influenciado por partidos ou lados, ou seja em quase tudo vemos as seguintes perguntas: você é de direita ou esquerda? Você é contra ou a favor?
Podemos ver isso na política, na religião, nas ideologias, basta ter um ponto de vista ou um lado a defender onde exista uma “oposição”, pronto criamos um ser humano partidarista ou se preferir separatista.
Vou escrever e ficar na área da religião assunto onde também observamos com muito afinco esta divisão (direita/esquerda), vemos isso muito impregnado nas religiões afro brasileiras (exus bons e maus), mas gostaria de comentar sobre o ponto de vista teológico cristão.
De acordo com o chanceler da Universidade Mackenzie - Augustus Nicodemos “A direita teológica não se alinha necessariamente com a direita política – até porque [...], nunca houve de fato uma direita política, o que existe de fato é uma simpatia por parte dos conservadores teológicos para com a agenda republicana americana na luta pelos valores familiares, assim como o esforço pelo aborto, a eutanásia e o homossexualismo, mas não a ponto de identificação completa com o republicanismo...
... é impossível separar a teologia esquerdista da política esquerdista, pois todo adepto da teologia da libertação, por exemplo, é necessariamente esquerdista político, embora nem todo político seja adepto da teologia da libertação.” Norma Braga abrange que existe uma conexão entre a esquerda e o neoliberalismo porque partilham das mesmas características: o relativismo e o materialismo.
Bom isso é só um pouco da discussão e caberia em muitas folhas se fossemos abordar as divisões em todas as áreas, provocaríamos a muitos e gerando muita polêmica. Nossas discussões a cerca de nossos pontos de vista sempre nos dividirão (como a predestinação e o livre arbítrio/fundamentalistas e liberais/ conservadores e avivados), e nunca nos unirão. Será que Deus com toda a sua GRANDEZA, está preocupado com nossas ideologias, ponto de vistas e em que lado será que Deus está? Esquerda ou direita? Enquanto nos matamos para defendermos nossos ideais, nossos lados, vamos deixando Deus cada vez mais de lado e não no “centro” acima de tudo! E apesar de nós e de nossas posições políticas e religiosas DEUS é DEUS e pela nossa postura prepotente e arrogante moldamos Deus de acordo com nosso ideal e nossas interpretações, (Acredito no Deus que criou o homem, não no deus que os homens criaram. Autor desconhecido)nos esquecemos se pois criamos um ideologia é porque fomos criados, é porque existe um criador. PORQUE DO MESMO JEITO CONFUNDIMOS NOSSAS MÃOS ENTRE DIREITA E ESQUERDA ESTAMOS CONFUSOS NESTE MUNDO.

"Quem não é comigo, é contra mim; e quem comigo não ajunta, espalha."
(Lucas 11:23)

Autor: Israel A.Rocha

MULHERES E O MUNDO DOS HOMENS



"A mulher graciosa guarda a honra como os violentos guardam as riquezas."
(Provérbios 11:16)

Já fazem algum tempo que as mulheres estão a cada dia mais querendo seu lugar ao sol, ou melhor querer disputar a cada dia o mesmo direito e espaço que os homens tem (que diga-se de passagem não é lá estas coisas).
E esta transição recebeu o nome durante os anos de: liberação da mulher, regime igualitário, feminismo e outros diferentes rótulos para expressar a mesma conotação.
Mas como um caro escritor escreveu: “durante milênios a participação da mulher na sociedade ocidental representou uma alternativa real ao modo masculino de agir e pensar” (Paulo Brabo)
Pois se nós pararmos para analisarmos os milênios atrás o mundo dos homens sempre foi o mundo das obsessões da testosterona: agressividade, competitividade, dos combates, acumulação compulsiva (de territórios, bens, e parceiros sexuais).
O mundo dos homens sempre foi das conquistas e rivalidades, e portanto dos capitalismos. O domínio da mulher por sua vez era do imponderável como: o amor, silêncio, compaixão a generosidade, expressividade, a pausa, o cultivo, sacrifício. As mulheres cultuavam o afeto enquanto o homem cultuou sempre sua performace.
O homem sempre priorizava os objetivos e as mulheres o relacionamento (observamos isto ainda hoje quando fazemos compras), a postura do homem era a de sair para a guerra, enquanto a mulher abraçava a esperança de que o homem percebesse a idiotice do combate.
O mundo do homem era sair para trabalhar e caçar; enquanto a mulher INFINITAMENTE MAIS PODEROZA E INFLUENTE governava da sua cadeira todas as coisas e faziam com que os homens girassem ao seu redor como as baratas tontas.
As mulheres ao reivindicarem os mesmos direitos dos homens ou seja conquistar seu espaço, estão dando aval as besteiras e idiotices que o homens fazem (querendo serem como eles ou ter os mesmos espaços). E como conseqüência disso, o ocidente sofreu um grande impacto na “biodiversidade” cultural, e o capitalismo voltou pra casa com o braço cheio de troféus.
Não associamos mais a mulher com a feminilidade e por causa e efeito a história e a arte vem sofrendo grande revisões, é difícil identificar algo como “feminino” hoje em nossos dias. Agora a performace está com as mulheres e o afeto com os homens? De acordo com Brabo: “na verdade apenas os homens e seu mundo é que são honrados, mas a maioria das mulheres parece aplacar diante desta insultuosa homenagem... O capitalismo [...] celebra nessa capitulação das mulheres à combatividade masculina [...]. Assim que a mulher caiu na tentação do mundo dos resultados, a oferta de mão de obra dobrou instantaneamente, e o mercado encheu-se de possibilidades e promessas que renderam grandes lucros”. É a mulher não tem tempo de governar (casa, filhos e marido), por sua luta pela independência financeira, a industria infantil cresceu muito e é o maior poder de compras do mercado hoje.
Querer o lugar ao sol, na verdade o que realmente está acontecendo e a perda do lugar da sombra e água fresca, seduzidas por esta conversa as mulheres perderam muitos privilégios inclusive o de zombar do modo como vivem os homens (pois querem ser melhores que eles). Não estou aqui defendendo uma posição machista só estou tentando clarear algumas inquietações. Pois ser mulher não é ser do lar, o mundo já é das mulheres mais a cada dia elas vão conquistando o mundinho dos homens reafirmando que eles estão certos, mas fazem as coisas erradas.

Autor: Israel A. Rocha

VIDA CRISTÃ



"mas, se padece como cristão, não se envergonhe, antes glorifique a Deus neste nome."
(1 Pedro 4:16)

A vida cristã não tem nada haver com o que podemos fazer por Deus ou pelo planeta terra... Tem haver com o reconhecimento e a aceitação do que DEUS está fazendo por nós, e pelo que já fez pelo mundo na CRUZ!!!
O Cristianismo é a solução não para o mundo, mas para as pessoas deste mundo, que não querem viver sob o julgo da escravidão! Existe solução!
Ainda existe uma cruz no fim do túnel!

Autor: Israel A. Rocha

IGREJA HOJE EM DIA...



"não abandonando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia."
(Hebreus 10:25)

A perguta que não quer calar:
Pastor eu posso ser feliz sem ir na Igreja??
A resposta:
Pode! como também pode ser feliz indo à Igreja!!
Nossa felicidade naum depende da igreja depende de nossas escolhas!
Vivemos a cada dia um "individualismo" terrivel por este motivo muitas pessoas não querem ir a Igreja pois la teremos momentos em comunidade e diversidade (diferenças). Assim como existem pessoas que preferem os animais de extimação pois eles nunca discordarão (pois são passiveis as suas reclamações e indigninações) delas.
A Igreja não é uma pílula mágica que você toma, algo que valida seu bilhete de entrada no céu. Não é um clube social que você entra e freqüenta para ficar do lado de pessoas que falam, pensam, se parecem ou agem como você...
...A Igreja é um lugar para se ouvir Deus, entender nossa vida, adorar e louvar a Deus, um lugar ONDE SOMOS DESAFIADOS A MUDAR!!!
Eu creio Que Cristo Jesus é a esperança deste mundo e que "algumas" igrejas são o sinal de seu glorioso Reino, não porque fazem tudo certo, mas porque é um corpo que tem Cristo como Cabeça!!!!

Autor: ISrael A. Rocha

terça-feira, 24 de maio de 2011

DEUS E A HOMOFOBIA AVERSÃO OU CONVERSÃO?




“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12.2)

Nunca se discutiu tanto na tv, nos jornais, em debates e até no senado um assunto tão velho como o homossexualismo, o homossexual não é uma pessoa nova que se inseriu em nossa sociedade pós moderna. Agora o termo homofobia este sim é novo e ainda importado, que significa repulsa a homossexualidade e ao homossexual.
Infelizmente parece que não sabemos lidar muito bem com este assunto, surgem leis como a “união estável de pessoas do mesmo sexo” e como seres humanos que somos e cristãos nos fazemos indiferentes ao assunto até que ele nos incomode em nossa família ou igreja, você já parou para pensar sobre isso?
Mas o mundo não esta como Deus queria que estivesse afinal (livre-arbítrio), as leis do homem não são as leis de Deus, nem todo pecado é crime, pois existe uma certa diferença moral: o pecado ofende a Deus enquanto o crime ofende as leis civis.
O apostolo Paulo descreve em sua carta aos Romanos (contextual para nossos dias) que o nosso relacionamento com este mundo deve ser marcada por duas atitudes fundamentais: inconformação e transformação. Pois a Bíblia diz que não somos deste mundo, não devemos ser amigos do mundo, nem amar o mundo. Pois o mundo é um sistema de valores oposto a Deus, que está sob o juízo dEle e não sob o nosso. Por outro lado, há pessoas neste mundo caótico que precisam ser amadas e resgatadas pelo evangelho de Cristo. A igreja é este agente de Deus para a comunicação do evangelho ao mundo, somos a boca de Deus no mundo, por meio de quem Deus fala aos homens. Precisamos resgatar o entusiasmo e a paixão pelas almas e vidas perdidas, precisamos ser uma igreja que volte sua atenção para os que perecem sem esperança independente de sua opção sexual.
Talvez em sua maioria a humanidade não concorde de duas pessoas do mesmo sexo se amarem, ou viverem juntos e podemos até tentar discutir que o homossexualismo é um problema (disfunção) moral, psicológico, familiar, falta de educação ou demoníaco andaremos em círculos, pois o que está em jogo hoje em nossa volta não é a opção sexual mas o ser humano, por mais que acreditemos que valores e princípios nunca morrem nem envelhecem, devemos entender e amar a pessoa, pois toda pessoa precisa de Deus e pessoas precisam de pessoas, devemos deixar de lado nosso egoísmo, nosso ódio, nossa indiferença e entender que este assunto já foi vencido em uma cruz, independente de leis civis e parlamentos. Os homossexuais não são uma ameaça são um sinal de que a Igreja e a sociedade precisam despertar e ser sinal de contradição e transformação em um MUNDO que vai de mal a pior, construindo o Reino de Deus e desfrutando dos sinais deste Reino inaugurado e ainda não consumado.
Quebremos paradigmas andemos por fé para que através do amor de Deus todos/as possam ser alcançados/as, os remidos/as edificados/as e o nosso Deus glorificado, que possamos nos inconformar com a aversão em todos os sentidos (social, racial e sexual) e lutar para transformar a nação e em especial a igreja, pois como disse uma vez um grande sábio: “Deus poderia destruir a maldade destruindo os maus, mas preferiu o perdão em vez da aniquilação e para isso nos oferece o ônus a conversão”.

“Nisto conheceram todos que sois meus discípulos: se tiverdes amor uns pelos outros.” (Jo 13.35)
Autor: Pr. Israel A. Rocha
Ig. Metodista em Taipas

sexta-feira, 30 de julho de 2010

SOBRE A MORTE E O MORRER...


“Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” (Fp. 1.21)

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.
(R. Alves)

Existe um grande medo que assombra todos os que estão vivos, e esse medo é causado apenas por uma pequena palavra a morte. “Pois para morrer basta estar vivo”. Esta palavra tira o sono de muitas pessoas, pois a morte infelizmente não é apenas uma palavra ela é um estado. Mas afinal o que é a morte? Será que é uma caveira com um manto preto e uma foice? Nosso bom Aurélio nos ajuda:

Morte: s.f. Fig. Dor violenta: sofrer a morte na alma. / Ausência de vida, imobilidade. / Ruína, extinção. / Causa de ruína. // no leito de morte, estar a ponto de morrer. // Estar entre a vida e a morte, estar sob grande ameaça de morrer. // Morte aparente, estado de extrema redução das funções vitais que dá a aparência exterior de morte. (A medicina legal permite que o médico lance mão de recursos para distinguir entre a morte aparente e a morte real.) // Morte eterna, privação da eterna bem-aventurança.
Para ser declarado o estado de morte o individuo passa pelo estagio do morrer:
Morrer: v.i. Cessar de viver, perder todo o movimento vital, falecer. / Fig. Experimentar uma forte sensação (moral ou física) intensamente desagradável; sofrer muito: ele parece morrer de tristeza. / Cessar, extinguir-se (falando das coisas morais). / Desmerecer, perder o brilho; tornar-se menos vivo (falando de cores). / Aniquilar-se, deixar de ser ou de ter existência.
Ou seja, a morte e o morrer são coisas distintas o morrer e um processo para que se chegue ao estado final que é a morte, existem vários estágios do morrer para que se chegue ao seu ponto final. Mas a Bíblia na carta a Filipos o apostolo Paulo declara que o Morrer é lucro, mas morrer pra que, ou talvez porque?
Nada mais justo em nossas vidas do que a morte! Mas Paulo não esta declarando morte a todos mais o morrer a todos, morrer pro mundo (ganância e cobiça), morrer pro pecado (desejos e vontades), e morrer pra si mesmo (egoísmo e egocentrismo). Muitos pastores dizem que existem 3 tipos de morte: espiritual, física e eterna, seja qual forem elas você teve ter cruzado com uma delas, se não cruzou prepare-se!
Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.
A pior coisa nesta vida é a perda ou o luto, mas Jesus Cristo sabia disso e inúmeras vezes preparou os discípulos e nós estamos preparando as pessoas que amamos? Paulo quando escreveu a carta a Filipos estava já velho e cansado porém ainda enquanto ouve-se fôlego de vida anunciaria o evangelho a quem estivesse a sua volta. A problemática disso tudo não é pelo o que vai nos levar a morte mais sim pelo que vale a pena viver e neste caso é CRISTO. Ao olharmos a nossa vida será que estamos preparados emocionalmente, fisicamente, psicologicamente para o lucro que nos leva para uma plenitude, como está o nosso legado para o Reino de agora e o de porvir? Pois vemos agora em nossa frente sinais de morte, mas logo em breve veremos a eterna vida.
...O amor é forte como a morte... (cantares 8.6) nos resta amarmos até a morte para que o viver possa ser lembrado como digno.

Autor: Israel A. ROcha

FÉ E CRENÇA...


“Que ninguém se engane, toda via sua própria alma. “Deve-se notar cuidadosamente que a fé que não traz arrependimento, amor e todas as boas obras, não é aquela fé certa e viva, mas uma fé morta e diabólica. Porque mesmo os demônios crêem que Cristo nasceu de uma virgem, que operou várias espécies de milagre, declarando-se verdadeiro Deus; que ressuscitou no terceiro dia, subiu aos céus e esta sentado a mão direita do Pai, vindo no fim do mundo para julgar os vivos e os mortos. Estes artigos da nossa fé os demônios os recebem e crêem em tudo quanto está escrito no Velho e Novo Testamento. E com, toda essa fé eles não deixaram de ser demônios. “Permanecem em sua condição de perdidos, faltando-lhes justamente a verdadeira fé cristã.” (John Wesley em seu sermão de número 2 - “Os quase cristãos” em 1741).

Fé s.f. 1 no catolicismo, a primeira das três virtudes teologais 2 confiança absoluta (em alguém ou em algo); crédito (um homem digno de fé) 3 asseveração, afirmação, comprovação de algum fato [...] afirmar como verdade; tetificar, dar por fé; digno de crédito 2 prestar testemunho autêntico. [...] acreditar em (alguém ou algo).
Meu justo viverá pela fé; mas se voltar atras não me alegrará. Nós não perecemos por voltar atrás, mas salvaremos a vida pela fé. Fé é a consistência do que se espera, e a prova do que não se vê (cf. Hebreus 11)
crer v. {mod. 1} t.i. 1 (prep. em) tomar por verdadeiro; acreditar 2 (prep. em) ter confiança 3 presumir(-se), imaginar(-se), julguar(-se).
crença s.f. 1 fato de acreditar-se numa coisa ou uma pessoa 2 a coisa ou a pessoa em que se acredita 3 religião 4 convicção profunda.
Inicialmente muitos descrevem a fé como simples dado ou argumento teológico mas para o psicólogo clínico e professor Josias Pereira a fé também é um fenômeno:
Independentemente de qualquer conceito teológico, psicológico ou filosófico, as pessoas crêem e manifestam a fé das mais varias formas. Muitas influenciadas pelo meio, especialmente seu próprio meio ambiente, a demonstram de forma estereotipada, e o fazem em função do aprendizado e das imposições dos grupos aos quais pertencem. Isso tende a levar os menos informados a admitir que existe uniformidade na fé de certos grupos, religiosos ou não.
Entretanto, observações mais cuidadosas, onde os aspectos individuais e pessoais são considerados, mostram-nos outra realidade: a fé é um fenômeno estritamente individual; é a fé exclusiva daquela determinada pessoa. Cada pessoa crê segundo a sua fé.
É, portanto, um fenômeno psicológico. Cada pessoa é o que é, e crê segundo sua maneira de ser. O que é, certamente, confirmado pelo notório saber científico de que não há no universo se quer duas pessoas idênticas, e que tal diferença é real e efetiva em todos os aspectos da existência humana. Por tanto a visão holística e existencialista indica que ninguém pensa, ou age da mesma forma. Todos os seres humanos são iguais enquanto seres essenciais, mais muito diferentes entre si, enquanto indivíduos. Como a fé é a manifestação do sentimento daquele que crê, ela é a manifestação do sentimento daquela pessoa exatamente como ela é: é sua fé.
Do mesmo verbo, crer, originam-se dois substantivos que representam ações totalmente opostas: crença e fé. Porém quando quero usar uma forma verbal para expressar a minha fé tenho de usar crer, a não ser que escolha uma formula ainda pior ter fé.
A crença provê respostas a nossas perguntas, a fé nunca o faz. Quando cremos é para encontrar segurança, solução, uma resposta para os nossos questionamentos. As pessoas crêem para desenvolverem para si mesmas um sistema de crenças. A fé (a fé bíblica) é completamente diferente. O propósito da revelação é fazer com que ouçamos as perguntas, e não nos suprirmos com explicações. Sendo, portanto, a fé um fenômeno psicológico e pertencendo à categoria de valores sentimentais, para sua efetivação, carece de reflexões racionais. Sem fé o homem se torna irracional e sem razão ele não pode ter fé. Pois fé sem razão não passa de crendice.
A disitinção mais útil que encontrei nesta caminhada foi a que estabeleceu Jacques Ellul entre fé e crença: crença é aquilo que professamos acreditar; é conteúdo doutrinário peculiar a nossa facção religiosa, expresso com palavras muito bem escolhidas em nossas declarações de fé. Não há por outro lado, um conjunto de palavras suficiente para definir adequadamente a fé. Nossas crenças são pacíveis de exposição, mas nossa fé é questão pessoal – seu conteúdo é o mistério tremendo, a tensão superficial entre o eu e o universo, entre o eu e o desconhecido, entre o eu e o futuro, entre o eu e a morte, entre o eu e o outro e entre eu e Deus, pois a própria “crença pode ser um obstáculo a fé, por que só satisfazem nossa necessidade de religião” a nossa fé deve ir alem do acreditar, e focar-se no transcender. A fé nos deixa a sós com um Deus insondável, ela nos convida a um grau de liberdade que posso não querer experimentar, a fé que tirar-nos da zona de conforto da crença e levar-nos para as regiões mais profundas do nosso ser, aonde os outros não querem ir, a fé pressupõe a dúvida, a crença exclui a dúvida. A crença explica sensatamente aquilo em que posso acreditar e a fé exige que eu prove.

Autor: ISrael A. Rocha